https://jornalinformativotabaiense.com
CERTAJA 5

FeminicĂ­dios tĂȘm queda de 55% no Estado

Em novembro, assassinatos de mulheres por motivo de gĂȘnero caĂ­ram de 11 em 2019 para cinco neste ano. HomicĂ­dios reduziram 12,6%

Por Redação em 09/12/2020 às 11:04:17
Mutirão itinerante de acolhimento teve início por Porto Alegre, no último dia 25, com oferta de atendimento e serviços gratuitos - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

Mutirão itinerante de acolhimento teve início por Porto Alegre, no último dia 25, com oferta de atendimento e serviços gratuitos - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

Pelo sétimo mĂȘs consecutivo, o Rio Grande do Sul teve menos mulheres assassinadas por motivos de gĂȘnero do que em igual período do ano passado. O número de feminicídios em novembro passou de 11, em 2019, para cinco – queda de 55% e o menor total para o intervalo desde 2013, quando houve duas vítimas. É o que mostram os indicadores criminais divulgados nesta quarta-feira (9/12) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).

O resultado aprofunda a retração acumulada deste que é o mais grave crime de violĂȘncia contra a mulher. Em 2019, foram 90 feminicídios nos 11 meses a partir de janeiro. Neste ano, a soma reduziu para 72, baixa de 20%, para o menor total no período desde 2014, que teve 67 assassinatos motivados pelo gĂȘnero das vítimas.

GrĂĄfico de barras com números de Feminicídios em novembro no RS, entre 2012 e 2020. Mostra queda de 11 casos em 2019 para cinco em 2020, queda de 55%.GrĂĄfico de barras com número de Feminicídios entre janeiro e novembro no RS. Mostra queda de 90 casos em 2019 para 72 em 2020, redução de 20%.

A sequĂȘncia de reduções reflete a série de ações adotadas ao longo do ano pelos órgãos vinculados à SSP, além da mobilização integrada de todas as instituições que compõem a rede de proteção e fazem parte do ComitĂȘ Interinstitucional de Enfrentamento à ViolĂȘncia Contra a Mulher. O colegiado reúne os esforços dos trĂȘs Poderes, nove secretarias de Estado e mais 15 instituições do poder público e da sociedade civil no planejamento e execução de políticas voltadas ao respeito e à igualdade para as gaúchas.

A marca A marca "Em frente, Mulher" tem perfis no Facebook e no Instagram: @emfrentemulher - Foto: Reprodução

No último dia 25, na abertura dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da ViolĂȘncia Contra Mulher, o ComitĂȘ deu início a um mutirão de acolhimento itinerante. O evento, que estĂĄ passando por 16 municípios do grupo de 23 cidades priorizadas pelo RS Seguro, um a cada dia, leva informações sobre a rede de proteção e canais de denúncia, além da oferta de atendimentos e serviços gratuitos.

Também dentro das atividades dos 16 Dias de Ativismo, que se estendem até esta quinta-feira (10/12), Dia Internacional dos Direitos Humanos, o ComitĂȘ Interinstitucional lançou na última sexta-feira (4/12) o nome da campanha integrada de comunicação para divulgar as ações do colegiado. A marca "Em frente, Mulher", que se desdobra em perfis no Facebook e no Instagram (@emfrentemulher), foi apresentada em live que teve como palestrante principal a ativista Maria da Penha, que dĂĄ nome à principal legislação de proteção ao público feminino no país.

GrĂĄfico de barras mostra Ampliação das Patrulhas Maria da Penha, de 46 municípios em 2019 para 108 em 2020, alta de 135%.Ampliação das Patrulhas Maria da Penha

Ao longo de 2020, conforme a Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) da Polícia Civil, as 23 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs) do Estado jĂĄ remeteram cerca de 34 mil procedimentos de violĂȘncia doméstica ao Poder JudiciĂĄrio e efetuaram mais de 500 prisões de agressores. Pelas Patrulhas Maria da Penha da Brigada Militar, além da ampliação em 135% no número de municípios atendidos – de 46, no início de 2019, para os atuais 108 –, foram realizadas até o final do mĂȘs passado 39.654 visitas a mulheres amparadas por medidas protetivas de urgĂȘncia (MPUs), resultando em 144 prisões de agressores por descumprimento da ordem se manterem afastados.

Além dos feminicídios, os outros quatro indicadores de violĂȘncia contra a mulher monitorados pela SSP apresentaram queda em novembro, na comparação com o mesmo mĂȘs do ano passado. As reduções foram de 9,5% nas ameaças, de 11,9% nas lesões corporais, de 1,3% nos estupros, e de 28,2% nas tentativas de feminicídio.

Na comparação das somas de ocorrĂȘncias entre janeiro e novembro deste ano com o anterior, houve retrações de 11,8% entre as ameaças, de 9,5% nas lesões corporais e de 3,1% nas tentativas de feminicídio. Nos estupros, apesar da queda no 11Âș mĂȘs, o acumulado ainda mantém alta de 6,3%.

GrĂĄfico de barras com dados de ViolĂȘncia contra mulher em novembro no RS em 2019 e 2020. Queda de 3.075 para 2.783 na ameaça, de 1.885 para 1.661 na lesão corporal, de 156 para 154 no estupro e de 39 para 28 nos feminicídios tentados.GrĂĄfico de barras com dados de violĂȘncia contra mulher entre jan e nov no RS de 2019 e 2020. Mostra queda de 34.147 para 30.122 na ameaça, de 18.787 para 16.996 na lesão corporal, de 326 para 316 nos feminicídios tentados e alta de 1.581 a 1.680 em estupr

As autoridades reforçam a importância da conscientização da sociedade em denunciar suspeitas e casos de abuso. O repasse de informações pode salvar vidas, na medida em que possibilita a adoção de medidas preventivas antes que o ciclo de violĂȘncia se encerre com a morte das vítimas. Sem sair de casa, é possível registrar ocorrĂȘncia por meio da Delegacia Online e encaminhar denúncias pelo Denúncia Digital 181, no site da SSP, e pelo WhatsApp da Polícia Civil (51 – 98444.0606). Para emergĂȘncias, não hesite em ligar para o 190 da Brigada Militar.

Homicídios no RS voltam a cair em novembro, com retração de 12,6%

Depois de um mĂȘs fora da curva, com alta provocada pelo acirramento pontual de conflito entre grupos criminosos na Região Serra, o Rio Grande do Sul voltou a registrar queda nos homicídios em novembro. Foram 118 vítimas frente 135 no mesmo mĂȘs do ano passado, redução de 12,6% para o menor total no período desde 2006, quando houve 109 assassinatos.

GrĂĄfico de barras com dados de Homicídios em novembro no RS entre 2005 e 2020. Mostra queda de 135 em 2019 para 118 em 2020, queda de 12,6%.

A retomada da tendĂȘncia de queda observada desde o início de 2019 e ao longo de todo este ano reflete a rĂĄpida resposta das forças de segurança com foco territorial, possibilitada pelo planejamento do Programa RS Seguro com o monitoramento mensal realizado pela Gestão de Estatística em Segurança (GESeg). Ainda na primeira quinzena de outubro, a partir da identificação de movimento incomum na curva de ocorrĂȘncias em Caxias do Sul pela GESeg, foram intensificadas as ações de policiamento e levantamentos de inteligĂȘncia para mapear os envolvidos nas mortes violentas. No dia 14 daquele mĂȘs, houve tiroteio durante a interceptação de um conflito entre grupos rivais pelo 4Âș Batalhão de Polícia de Choque (4Âș BP Choque) e seis criminosos acabaram mortos. Em 31 de outubro, um bando escondido em uma localidade rural também reagiu à abordagem do 4Âș BP Choque e quatro criminosos morreram.

A partir de 4 de novembro, a Serra recebeu incremento de pelotão de choque com 60 policiais militares para intensificar o patrulhamento na região, especialmente em Caxias do Sul. Também integraram o reforço um delegado e uma equipe de investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital, que foram à região com dedicação exclusiva para agilizar a elucidação dos assassinatos. A partir dessas ações, Caxias do Sul encerrou novembro em estabilidade, com quatro homicídios, mesmo número de 2019.

GrĂĄfico de barras com dados de Homicídios entre janeiro e novembro no RS entre 2005 e 2020. Mostra queda de 1.637 em 2019 para 1.566 para 2020, redução de 4,3%.

Controlado o cenĂĄrio pontual da Serra e mantida a tendĂȘncia no quadro geral, o resultado de queda nos homicídios no RS em novembro contribuiu para ampliar a redução na comparação de acumulados. No ano passado, foram 1.637 vítimas de assassinato nos 11 meses a partir de janeiro. Neste ano, essa soma caiu 4,3%, para 1.566 – é o menor total para o período desde 2007, quando houve 1.519.

O RS Seguro permanece como principal fator da curva descendente de homicídios. Sete dos 23 municípios priorizados pelo programa encerraram novembro com zero assassinatos: Bento Gonçalves, Capão da Canoa, Esteio, Guaíba, Novo Hamburgo, Passo Fundo e Rio Grande. Entre as 10 maiores queda no acumulado, todas ocorreram em cidades que integram o grupo.

Tabela com Ranking 10 maiores quedas de homicídios no RS entre janeiro e novembro. Porto Alegre lidera, com 42 mortes a menos na comparação de 2019 e 2020.

Porto Alegre lidera o ranking com 42 mortes a menos, numa queda acumulada de 14,9% para o menor total em toda a série de contabilização individual do município, a partir de 2010. No mĂȘs, o número atual também é o menor desde o início da contagem. Foram 18 vítimas, 10% menos que as 20 registradas em novembro do ano passado.

GrĂĄfico de barras com dados de Homicídios em novembro em Porto Alegre entre 2010 e 2020. Mostra queda de 20 em 2019 para 18 em 2020, redução de 10%.GrĂĄfico de barras com dados de Homicídios entre janeiro e novembro em Porto Alegre entre 2010 e 2020. Mostra queda de 282 em 2019 para 240 em 2020, redução de 14,9%.

Outro fator que contribuiu para a redução dos homicídios em novembro foi a realização, no dia 9 daquele mĂȘs, da Operação Império da Lei II, que transferiu nove líderes de organizações criminosas para penitenciĂĄrias federais fora do RS. Além do efeito imediato de desestabilização no comando das quadrilhas, a ação tem o efeito pedagógico ao assegurar que as forças de segurança mantĂȘm monitoramento constante e seguirão atuando para neutralizar o poder de influĂȘncia dessas lideranças. Em março, a primeira edição da Império da Lei jĂĄ havia removido para cadeias federais 18 criminosos de alta periculosidade. E o Estado jĂĄ aguarda autorização da Justiça para novas remoções.

Latrocínios tĂȘm queda de 37,5% em novembro

Ainda nos crimes contra a vida, o RS também encerrou novembro com queda nos latrocínios. Foram oito casos em 2019 e cinco neste ano, uma retração de 37,5% para o menor total no mĂȘs desde 2011, quando houve quatro registros.

GrĂĄfico de barras com dados de Latrocínios em novembro no RS entre 2002 e 2020. Mostra queda de 8 em 2019 para 5 em 2020, redução de 37,5%.GrĂĄfico de barras com dados de Latrocínios entre janeiro e novembro no RS entre 2002 e 2020. Mostra alta de 59 em 2019 para 61 em 2020, alta de 3,4%.

Em relação ao acumulado desde janeiro, o Estado soma 61 roubos com morte, dois casos a mais que no mesmo período do ano passado, mas ainda o segundo menor total de 2009, quando houve 57 latrocínios nos 11 meses.

Redução nos roubos de veículo bate recorde pelo terceiro mĂȘs consecutivo

Os crimes contra o patrimônio em geral tiveram queda em novembro. O destaque foi o roubo de veículos, que pelo terceiro mĂȘs consecutivo bateu o recorde de menor total de ocorrĂȘncias em um mĂȘs desde que a contabilização deste tipo de delito teve início no Estado, em 2002.

Em setembro, pela primeira vez, o número não ultrapassou a marca de 500 casos. Em outubro, o total foi ainda menor: 483. Agora, a redução rompeu a marca das 400 ocorrĂȘncias, com 370 roubos de veículo em novembro, uma queda de 55,5% em relação aos 832 registros no mesmo mĂȘs do ano passado. A marca inédita coloca em evidĂȘncia o trabalho das forças de segurança, independentemente do contexto da pandemia, pois foi alcançada no momento em que o trânsito nas cidades jĂĄ havia retornado ao nível de antes da chegada da Covid-19.

GrĂĄfico de linha mostra Série histórica de roubos de veículos de 2002 e 2020 no RS. Marca o pico, em setembro de 2015, com 2.126 casos, e o ponto mais baixo, em novembro de 2020, com 370 casos. Entre um ponto e outro, queda de 82,6%.

No acumulado, com a baixa expressiva de novembro, a retração nos roubos de veículo no Estado foi ampliada. Em 2019, houve 10.297 ocorrĂȘncias nos 11 meses a partir de janeiro. Neste ano, a soma caiu 28,3%, para 7.385 casos – o menor total para o período em toda a série histórica.

GrĂĄfico de barras com dados de Roubo de veículos em novembro no RS entre 2002 e 2020. Mostra queda de 832 em 2019 para 370 em 2020, redução de 55,5%.GrĂĄfico de barras com dados de Roubo de veículos entre janeiro e novembro no RS entre 2002 e 2020. Mostra queda de 10.297 em 2019 para 7.385 em 2020, redução de 28,3%.

As diminuições alcançadas estão diretamente ligadas ao foco territorial empregado pelo RS Seguro, para combater os crimes nos municípios em que mais ocorrem. O roubo de veículos, ao lado dos crimes violentos letais intencionais (CVLI) e do roubo a pedestre, compõe o grupo de indicadores fixos monitorados pela GESeg nos 23 municípios priorizados pelo programa.

RS tem apenas uma ocorrĂȘncia envolvendo banco em novembro

Outro destaque entre os crimes contra o patrimônio foi a redução nos casos envolvendo instituições bancĂĄrias no RS. Durante os 30 dias de novembro, em todos os 497 municípios do Rio Grande do Sul, foi registrada apenas uma ocorrĂȘncia – o furto de um ar-condicionado de uma agĂȘncia bancĂĄria em Canoas, no dia 2. Com isso, o total de ataques a banco (soma de furtos e roubos) no Estado caiu 50% na comparação com o mesmo mĂȘs de 2019, quando houve dois casos. Mais uma vez, o total atual é o menor da série histórica para o intervalo, com dados disponíveis a partir de 2012.

GrĂĄfico de barras com dados de Ataque a banco em novembro no RS entre 2012 e 2020. Mostra queda de 2 em 2019 para 1 em 2020, redução de 50%.Ataque a banco em novembro no RSGrĂĄfico de barras com dados de Ataques a banco entre janeiro e novembro no RS entre 2012 e 2020. Mostra queda de 102 em 2019 para 44 em 2020, redução de 56,9%.Ataques a banco entre janeiro e novembro no RS

Na soma de 11 meses a partir de janeiro, a redução chega a 56,9%. Foram 102 ataques a banco em 2019 contra 44 neste ano, também a menor soma para o período desde o início da contabilização.

A Operação Angico da Brigada Militar é umas das estratégias que tĂȘm permitido antecipar o movimento de quadrilhas especializadas em ataques a banco, frustrando planos dos criminosos com tĂĄticas de pronta-resposta e cerco policial. A metodologia da Angico estĂĄ focada em trĂȘs pilares: fiscalização ativa para evitar desvios, furtos e roubos de explosivos; mobilizações focadas em prisões de assaltantes e utilização de efetivo especializado com suporte da inteligĂȘncia.

Além disso, a Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil mantém apurações permanentes para identificação de grupos especializados em delitos contra estabelecimentos bancĂĄrios, e tem ampliado cada vez mais a troca de informações de inteligĂȘncia com a Brigada Militar e outras forças de segurança.

GrĂĄfico de barras de crimes patrimoniais em novembro no RS em 2019 e 2020. Queda de 1.060 para 717 no furto de veículo, de 4.897 para 3.667 nos roubos, de 8822 para 7276 nos furtos, de 584 para 426 em ataques comércio e alta de 75 para 77 no roubo a ônibuCrimes patrimoniais em novembro no RS

Um exemplo da ação integrada se deu na colaboração de instituições gaúchas com a Segurança Pública de Santa Catarina, após o assalto a uma unidade regional do Banco do Brasil no município de Criciúma. Desde o primeiro momento, houve contato ininterrupto entre os órgãos dos dois Estados para articulação nas buscas e, dois dias depois, equipes da BM, da PC gaúcha e da Polícia RodoviĂĄria Federal (PRF) atuante no RS conseguiram prender oito suspeitos de envolvimento no roubo.

GrĂĄficos de barras vermelhas para 2019 e amarelas para 2020, com dados de vĂĄrios Indicadores criminais no RS entre janeiro e novembro.Indicadores criminais no RS entre janeiro e novembroGrĂĄficos de barras vermelhas para 2019 e amarelas para 2020, com dados de vĂĄrios Indicadores criminais em Porto Alegre entre janeiro e novembro.Indicadores criminais em Porto Alegre entre janeiro e novembro

As tabelas completas estão disponíveis na pĂĄgina de estatísticas no site da SSP (clique aqui). Para facilitar as comparações pelos cidadãos e pela imprensa, a partir deste mĂȘs tanto a tabela de 2020 quanto a de 2019 serão atualizadas todos os meses. A medida é um esforço de trabalho do Observatório Estadual da Segurança Pública em ampliar a transparĂȘncia ativa dos dados.

Crédito:: Ascom SSP-CARLOS ISMAEL MOREIRA/SSP

Fonte: Ascom SSP

Comunicar erro
TABAIENSE

ComentĂĄrios

CERTAJA 3