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MĂ©dicos e autoridades gaĂșchas se mobilizam para reverter queda no nĂșmero de transplantes e doadores de órgãos

Por REDAÇÃO em 26/09/2021 às 09:32:19
Restrições causadas pela pandemia de coronavírus têm influência direta no problema. (Foto: Divulgação)

Restrições causadas pela pandemia de coronavírus têm influência direta no problema. (Foto: Divulgação)

Em meio às iniciativas que marcam no Brasil o Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado nesta segunda-feira (27), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) reforça o alerta sobre um dos impactos indiretos da pandemia de coronavírus: a redução no número de doadores e de transplantes de órgãos no Rio Grande do Sul.

Se em 2019 foram 243 doações, esse número caiu para 182 no ano passado e ainda não passou de 100 entre janeiro e agosto de 2021. "Percebemos com preocupação o crescimento da lista de espera por órgãos e a angústia dos pacientes esperando por um transplante", afirma o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Rafael Rosa.

Cada doador pode salvar até oito vidas, e a decisão da doação é feita pela família, que jĂĄ deve estar consciente de que a pessoa tem vontade de doar seus órgãos. "Precisamos reverter essa situação, por isso reforço a toda população gaúcha que se junte à nossa causa e que as pessoas avisem suas famílias de que desejam ser doadores", afirma Rosa.

Diante deste cenĂĄrio, a secretĂĄria da Saúde, Arita Bergmann, também faz um chamado para conscientizar a população, ressaltando como fundamental que a comunidade se mobilize:

"Temos que estar permanentemente atentos porque cada um de nós pode fazer a sua parte para salvar vidas. É um ato de solidariedade que pode dar uma segunda chance a tantas pessoas que aguardam por um rim, um fígado, um coração, um pulmão e outros órgãos tão vitais para a sobrevida das pessoas que estão na fila de espera".

O médico Antônio Kalil, cirurgião de transplante de fígado da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, constata que neste ano houve, pela primeira vez, um número maior em lista de espera no primeiro semestre do que em todo o ano passado. Para diminuir este impacto, ele menciona a necessidade de que as famílias conversem entre si sobre o assunto:

"Na verdade, a escolha e a decisão são feitas pela família em um momento de tristeza", lamenta. Kalil aposta na contribuição de colégios e de universidades para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos, pois "assim toda a sociedade serĂĄ beneficiada".

Prédios iluminados

Durante esta quinzena, o governo do Estado chama a atenção do povo gaúcho para a necessidade da doação de órgãos, por meio de uma ação temĂĄtica: luzes verdes projetadas sobre diversos prédios públicos e particulares de Porto Alegre e uma campanha com vídeos nas redes sociais da Secretaria Estadual da Saúde.

Os locais iluminados incluem o Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, PalĂĄcio Piratini, Ponte do Guaíba, Lojas Lebes e os estĂĄdios de Inter e GrĂȘmio.

Um problema global

Um estudo divulgado no começo deste mĂȘs por consórcio internacional de cientistas aponta que, dentre 22 países pesquisados, o Brasil apresentou no ano passado o maior número de pessoas que deixaram de se submeter a cirurgia para transplante de rim, fígado, pulmão ou coração. Motivo: as restrições de atividades por causa da pandemia de coronavírus.

A redução foi de 29% entre 2019 e 2020, quase o dobro da média mundial (16%). Esses números são relativos aos transplantes de rim, fígado, pulmão e coração. Liderado pelo centro de pesquisa em transplantes da Universidade de Paris (França), o levantamento também mostra que alguns países conseguiram minimizar esse tipo de impacto da pandemia, mas ninguém ficou imune ao problema.

Dentre as nações que se saíram relativamente bem estão os Estados Unidos (redução de 4%) e a Alemanha (menos 11%). Que mais sofreu, nesse aspecto, foi o Japão (baixa de 67%). Na América Latina, o Brasil não foi o mais atingido: Chile e na Argentina vivem situação pior, com quedas de 54% e 61%, respectivamente.

Nos 22 países pesquisados, mais de 11 mil transplantes deixaram de ser feitos. Como os pacientes na fila são principalmente doentes em situação mais grave, os autores do estudo consideram essa lacuna significa uma enorme redução coletiva de sobrevida.

Fonte: O SUL (Marcello Campos)

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