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Entenda a diferença dos sintomas de dengue e de covid-19

Em meio a uma explosão de casos de dengue e o aumento de infecções por covid-19 no Brasil, sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar passaram a assustar e gerar muitas dĂșvidas.

Por REDAÇÃO em 29/02/2024 às 08:53:15

BrasĂ­lia - O infectologista do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Albert Einstein, Moacyr Silva Junior - Foto Moacyr Silva Junior/Arquivo Pessoal

"A transmissão da covid-19 acontece de pessoa para pessoa. É uma transmissão respiratória por tosse, expectoração, gotĂ­culas, contato de mão. Muitas vezes, a pessoa assoa o nariz, não higieniza as mãos e passa para outra pessoa. A dengue não, estĂĄ relacionada ao mosquito mesmo. O mosquito pica uma pessoa infectada e, posteriormente, vai picar outra pessoa sã e transmitir o vĂ­rus de uma pessoa para outra, mas vocĂȘ tem o vetor."

O infectologista explica a diferença bĂĄsica nos sintomas das duas doenças:

"Quando a gente pensa em covid-19, o quadro é muito relacionado a um quadro respiratório ou de resfriado comum e dor no corpo. JĂĄ na dengue, geralmente, é um quadro mais seco. Esse quadro respiratório geralmente estĂĄ ausente. Não vai haver infecção das vias aéreas superiores. É mais dor atrĂĄs dos olhos, dor no corpo, mal-estar. Não vai estar associado à coriza, tosse e expectoração."

Dengue

Ministra da SaĂșde, NĂ­sia Trindade, visita tenda de acolhimento e atendimento para casos suspeitos de dengue na cidade de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ AgĂȘncia Brasil

O Ministério da SaĂșde define a dengue como uma doença febril aguda, sistĂȘmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos pacientes se recupera, mas parte deles pode progredir para formas graves da doença.

A quase totalidade dos óbitos por dengue é classificada pela pasta como evitĂĄvel e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistĂȘncia prestada e organização da rede de serviços de saĂșde.

"Os sinais clĂĄssicos da dengue são febre, geralmente junto com dor no corpo, dor atrĂĄs dos olhos, mal-estar e prostração. É uma febre que chega a 38° ou 39°. Tudo bem associado", explicou o infectologista.

Após o perĂ­odo febril, entretanto, é preciso manter a atenção. Com o declĂ­nio da febre após os primeiros dias, alguns sinais classificados como de alarme podem estar presentes e marcam o inĂ­cio da piora do paciente.

"O agravamento da dengue acontece em torno do terceiro ao quinto dia, quando a febre desaparece. É interessante porque, geralmente, quando a febre desaparece, a gente acha que estĂĄ melhorando. Mas, no caso da dengue, pode se um sinal de que a coisa pode piorar."

"Nessa piora, os sinais de alerta são vômitos recorrentes, a pessoa não consegue se alimentar, fica bem desidratada, dor de barriga, surgem manchas pelo corpo. São sinais de gravidade. Então, no terceiro dia, caso a febre suma e a pessoa se sinta pior, vale procurar o posto de saĂșde para ser avaliada e verificar a gravidade."

Covid-19

JĂĄ a covid-19 se caracteriza por uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavĂ­rus SARS-CoV-2 e é classificada pelo Ministério da SaĂșde como potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global.

A doença pode apresentar manifestações clĂ­nicas leves, quadros moderados, graves e até crĂ­ticos.

A maioria dos casos são marcados pela presença de sintomas como tosse, dor de garganta ou coriza, seguidos ou não de febre, calafrios, dores musculares, fadiga e dor de cabeça.

"A covid pode não ter febre. O paciente vai apresentar um quadro de tosse, expectoração, dor de garganta, obstrução nasal associada à dor no corpo. Acompanhado ou não de febre", explicou Moacyr Silva JĂșnior.

"Felizmente, com a vacinação, a gente não estĂĄ tendo mais casos graves de covid-19, com internação. A pessoa pode ficar em casa e tratar coma analgésicos e antitérmicos. Os sinais de gravidade são falta de ar que persiste, cansaço importante, frequĂȘncia respiratória mais aumentada e uma febre que pode persistir, diferentemente da dengue. Nesses casos, o paciente deve procurar assistĂȘncia médica."

Em casos graves, classificados como SĂ­ndrome Respiratória Aguda Grave, hĂĄ desconforto respiratório, pressão persistente no tórax ou saturação de oxigĂȘnio menor que 95% em ar ambiente, além de coloração azulada de lĂĄbios ou rosto. Nos casos crĂ­ticos, hĂĄ necessidade de suporte respiratório e internações em unidades de terapia intensiva (UTI).

Automedicação

Com os sistemas de saĂșde pĂșblicos e particulares sobrecarregados, o paciente, muitas vezes, opta por tomar medicamentos por conta própria. O infectologista alerta, entretanto, que a automedicação, apesar de ser vista como uma solução para o alĂ­vio imediato dos sintomas, deve ser feita com cautela para que não haja consequĂȘncias mais graves – sobretudo em casos de dengue.

"Em relação à covid, particularmente, a dipirona e a lavagem nasal com soro fisiológico jĂĄ ajudam e diminuem os sintomas até passar a fase. JĂĄ em relação à dengue, além do analgésico, que seria a dipirona, precisamos de uma hidratação bastante importante, algo em torno de trĂȘs litros por dia de hidratação oral. Pode ser suco, ĂĄgua de coco e ĂĄgua. Associados à dipirona, para diminuir os sintomas de dor muscular. O que é contraindicado é o ĂĄcido acetilsalicĂ­lico, o AAS, que pode piorar os sinais de hemorragia caso o paciente evolua para dengue hemorrĂĄgica", concluiu.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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