Políticas públicas para secagem e armazenagem de grãos pautam evento em Dois Lajeados

Sensibilizar gestores municipais para a construção de políticas públicas locais para secagem e armazenagem de grãos nas propriedades rurais. Este foi um dos objetivos de um evento realizado na última sexta-feira (10/12), no auditório da Câmara de Vereadores de Dois Lajeados. Na ocasião, representantes de prefeituras, secretários, produtores e extensionistas da Emater/RS-Ascar foram apresentados à experiência da Administração local que, neste ano, colocou em prática o Programa Municipal de Secagem e Armazenagem de Grãos nas Propriedades.

O objetivo da política pública é a de incentivar os agricultores a armazenar os grãos produzidos na propriedade para uso próprio ou na comercialização, com maior agregação de valor. "Nesse sentido, a prefeitura auxiliará com brita e terraplanagem para a construção do silo, além de oferecer um aporte de R$ 5 mil por produtor, que poderá ser aplicado na compra do ventilador", salienta o extensionista da Emater/RS-Ascar Fábio Balerini, que lembra que o silo é padronizado pela Emater/RS-Ascar, construído em alvenaria, com secagem a ar natural e capacidade mínima para 300 sacas.

Com uma longa trajetória no que diz respeito à construção desse tipo de silo – somente em Dois Lajeados foram cerca de 40 silos que beneficiaram 32 famílias com um total de capacidade de armazenamento de 25 mil sacos -, o município espera aplicar mais de R$ 50 mil no programa. "Em linhas gerais, o que podemos afirmar é que esse tipo de política representa não apenas a garantia de um grão de melhor qualidade para a alimentação dos animais, mas também a redução de custos, já que não há mais a necessidade de frete para a entrega em um cerealista", pontua o prefeito Tiago Grando.

É esse o caso do suinocultor Danilo Ortolan que, ao lado do filho Tiago, recebeu a comitiva de participantes do evento, ao final da tarde, para conhecer a sua experiência com os silos secadores em alvenaria que, desde 2015, garantem ótima qualidade ao milho colhido. "Aliás, se eu soubesse que esse sistema era tão bom eu teria procurado ele antes", sorri Danilo, a respeito da desconfiança inicial que cerca um investimento do tipo – mas que em menos de dois anos pode "se pagar". "Hoje estimamos uma redução de perdas com milho mal armazenado na casa de 30%", completa Tiago.

A respeito da construção em si, Balerini destaca não haver maiores dificuldades já que o modelo é de fácil execução, permite o uso de materiais disponíveis na própria propriedade – madeira, ferro, areia, tijolo -, além de ser de baixo investimento. "E como o ventilador é o "coração" do projeto, podemos dizer que ele não permite que sejam feitas gambiarras, sendo que aí entra a importância do programa", destaca o extensionista. "É o tipo de evolução no sistema de secagem que confere autonomia ao produtor, que decide quando colhe, quanto colhe e como armazena", avalia o extensionista da Emater/RS-Ascar Jorge Capellaro.

Interessados podem procurar a Emater/RS-Ascar, que atua em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) para inscrição no programa, sendo que os nomes inscritos passarão pela apreciação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (Comdeagro). A Emater/RS-Ascar também acompanhará todas as etapas da execução dos projetos. Também participaram do evento, os gerentes regional e adjunto da Instituição, Cristiano Laste e Carlos Lagemann, além do supervisor Cezar Burille. Todos valorizaram a oportunidade de troca de experiências.

Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado Jornalista Tiago Bald