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Suspeitos de sequestro de médica no RS planejaram crime por 2 anos, diz polícia

Mentor do crime seria vizinho da família de Tamires Gemelli Silva Mignoni, no Paraná, e acreditava que o pai dela Berto Silva, prefeito de Laranjeiras do Sul, teria condições de pagar o resgate. A médica foi encontrada pela polícia na quarta-feira (21).

Por Redação em 23/10/2020 às 12:25:06
Tamires Gemelli Silva Mignoni foi resgatada - Foto: Reprodução/Facebook

Tamires Gemelli Silva Mignoni foi resgatada �- Foto: Reprodução/Facebook

O suspeito de ser o mentor do sequestro da médica Tamires Gemelli Silva Mignoni afirmou ter planejado a ação por dois anos, de acordo com informações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, divulgadas na manhã desta sexta-feira (23). A corporação deu entrevista coletiva em Erechim, no Norte do estado.

"Ele confirmou que veio para Erechim dois anos atrás mais ou menos, e que na ocasião tinha outros indivíduos que iam praticar esse crime com ele, mas que, conversando ele, ficou sabendo que a Tamires estava de férias na época. Por isso, ele desistiu", diz o delegado Gustavo Ceccon.

Tamires foi abordada quando saía de um posto de saúde no bairro Aldo Airolli, em Erechim, na sexta (16) e resgatada pela polícia em um cativeiro, na noite de quarta (21), no município de Cantagalo, na Região Central do Paraná.

  • 'Ela ficava, por vezes, amarrada e o tempo todo vendada', diz delegado sobre cativeiro

A motivação do crime seria dinheiro. "Como ele é da cidade de Laranjeiras [do Sul, no Paraná], e o pai da Tamires foi três vezes prefeito, ele imaginava que ele tivesse muito dinheiro, recursos para honrar o resgate da filha", diz.

Um dos suspeitos é vizinho de rua do prefeito de Laranjeiras do Sul, Berto Silva, e acompanhava a rotina da família. "Inclusive da sacada da casa da Tamires, consegue enxergar a casa do mentor do sequestro", diz o delegado.

Rotina monitorada

A polícia informou que os sequestradores monitoravam a rotina de Tamires em Erechim. Através das imagens de câmeras de segurança foi possível identificar que um casal passou a manhã inteira, do dia do sequestro, na frente da UBS aguardando a saída da médica.

"Um casal ficou aguardando ela sair da UBS ao lado do carro. Quando ela chegou, ela viu que tinha um casal e nem desconfiou. Ele abordou ela e falou: 'moça, o carro está com pneu furado', quando ela foi lá ver, ele abordou ela com uma faca e botou no carro. Em seguida, já entrou a mulher e baixou a cabeça dela", relata.

Eles teriam andado com Tamires amarrada e vendada até um ponto da BR-153, quando trocaram de veículo. O carro da médica foi encontrado com todos os pertences, o que fez a polícia mudar a linha de investigação para sequestro.

Sobre a localização da médica no Paraná, o delegado informou que a Polícia Rodoviária Federal identificou um veículo que teve participação e, por isso, conseguiram rastrear a movimentação. Tamires teria ficado dois dias em um cativeiro no interior de Itá, em Santa Catarina.

"Ela relatou que a segunda viagem foi mais difícil que a primeira. Que estava sempre amarrada e vendada".

Na quarta, a polícia já tinha convicção de que ela estaria em Cantagalo. Um dos suspeitos foi localizado, tentou fugir, mas foi pego pela polícia. De acordo com o delegado, o homem não colaborou com informações sobre a localização de Tamires.

No cativeiro, os sequestradores teriam prendido a médica em um corredor e chaveado todas as portas, deixando apenas o banheiro aberto. "Ela teve um tratamento, estava recebendo comida, água".

Quatro pessoas foram presas por envolvimento na ação. Nenhum deles tem passagem pela polícia.

Pedido de resgate

Segundo o delegado Ceccon, os sequestradores fizeram três contatos telefônicos com a família de Tamires.

"Já na sexta (16), os sequestradores fizeram o primeiro contato telefônico. Eles já exigiram uma quantia considerável, R$ 2 milhões para libertar a vítima. Esse foi o primeiro contato", conta.

Na ligação, o homem teria perguntado, ao pai da médica, quanto tempo ele precisava para conseguir o dinheiro. "Então, ele falou que dois dias. O sequestrador falou que na segunda-feira voltava a fazer contato, mas não fez, ligando só na terça (20)".

Na terça, seguindo as orientações da polícia, a família voltou a falar com os criminosos.

"Ele soube como falar por telefone, deixou ele [sequestrador] um pouco confuso, ele não tinha colocado a Tamires pra falar, não havia nenhuma prova de que estivesse com ele, viva. Na quarta, a Tamires conseguiu falar com os familiares, em novo contato, daí tivemos certeza da localização, de um local mais próximo que ela estaria", relata o delegado.

Fonte: G1 RS

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