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Depois de sofrer mais um revés no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tem a intenção de alijá-lo da política e que, por enquanto, o magistrado está sendo vitorioso. As declarações foram dadas na última sexta-feira (3), durante conversa com jornalistas em Santos (SP).
Bolsonaro abordou o tema enquanto se referia à segunda condenação sofrida na Justiça Eleitoral por abuso político nas eleições do ano passado. Desta vez, Bolsonaro e o general Walter Braga Netto (então candidato a vice-presidente) foram punidos por utilizar a cerimônia do Bicentenário da Independência, em 7 de Setembro de 2022, para se beneficiar politicamente.
"A gente está vendo qual a estratégia nossa [para recorrer ao TSE], se bem que não tem estratégia. Estratégia é o que o Alexandre de Moraes quer. E a gente sabe o que ele quer. É me alijar da política", declarou.
"No momento, ele [Moraes] está tendo vitória, mas tudo nessa vida é dinâmico".
Alexandre de Moraes, além de ministro do Supremo, é também presidente da Corte Eleitoral. O magistrado também conduz inquéritos que miram diretamente Bolsonaro e seus aliados mais próximos em apurações que vão desde um suposto desvio de presentes oficiais, à utilização da Presidência para estimular atos antidemocráticos.
Questionado sobre a decisão mais recente do TSE, Bolsonaro ironizou a condenação. "Realmente, o Alexandre de Moraes ficou apavorado com milhares de pessoas do Brasil todo nas ruas [no 7 de Setembro]", afirmou o ex-presidente, que ainda continuou a criticar o magistrado.
"Ele, inclusive, debocha. Um juiz não pode agir dessa maneira".
Nova condenação
Bolsonaro já estava inelegível até 2030 por atacar as urnas eletrônicas. Os direitos políticos do ex-presidente estão suspensos pelo período de oito anos. Portanto, a nova condenação imposta pelo TSE não altera seu futuro político. Além da inelegibilidade, os ministros também determinaram a aplicação de multa no valor de R$ 425 mil. Por lei, as condenações deste tipo não são cumulativas.
Deste modo, com a decretação de inelegibilidade, não há soma dos dois prazos, e Bolsonaro permanecerá longe das urnas pelo mesmo período já estabelecido. O ex-presidente foi condenado por abuso de poder político, abuso de poder econômico e conduta vedada nas comemorações do dia 7 de setembro do ano passado, no evento de celebração do Bicentenário da Independência. Os ministros concluíram que o ex-presidente usou a data cívica para fazer campanha.
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