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Primavera inicia neste sábado; Como será a nova estação no Rio Grande do Sul

A Primavera inicia oficialmente às 3h50 deste sábado, dia 23.

Por REDAÇÃO em 22/09/2023 às 09:39:58
Foto divulgação: Jorge Ramos

Foto divulgação: Jorge Ramos

Após semanas de chuva frequente e intensa no Estado, os próximos meses devem continuar com tendência de precipitação acima da média histórica no Rio Grande do Sul.

O início da primavera, neste sábado, dia 23, não deve trazer normalização da situação climática no Rio Grande do Sul, já que, segundo especialistas, outubro e novembro deve ter chuva além do esperado para a época.

O El Niño tem relação com isso, conforme explica Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM):

— Quando configurado no Oceano Pacífico, o El Niño tem uma influência muito forte na primavera. Então, mais uma vez, reforçamos que a estação tende a ser bastante chuvosa. Isso não quer dizer que teremos situações de mesma proporção como a que atingiu o Vale do Taquari, mas (na próxima estação) vai aumentar o número de dias com chuva volumosa e condições para tempestade — afirma.

Neste mês, os municípios gaúchos já têm registrado precipitação anormal. Alguns deles observaram volumes de 400mm nos 15 primeiros dias de setembro, como Caçapava do Sul (431,6mm), na Campanha, e Serafina Corrêa (400,8mm), no Norte, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As quantidades representam mais do que o dobro esperado para setembro nesses municípios.

Já Paverama registrou 355,6mm de chuva. O dados foram atualizados nesta sexta-feira, dia 22.

Lopes acrescenta que, além da precipitação, a primavera tem tendência a ser mais quente do que a média para a época, também sinal da influência do El Niño. O fenômeno, que atua no Estado desde o início do semestre, não deve perder força no curto prazo:

— Esperamos que o fenômeno continue com intensidade de moderada a forte na primavera, inclusive ganhando força no próximo trimestre.

Persistência do El Niño até o fim do verão:

Eliana Klering, meteorologista da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), também projeta uma estação com chuva acima da média para o período, cenário que preocupa quando somado às recentes precipitações observadas em setembro no Rio Grande do Sul.

— Em algumas regiões, a chuva deve ultrapassar em mais de 50% a média histórica, principalmente nos meses de outubro e novembro. Nossas redes de drenagem estão comprometidas, e isso faz com que esses eventos de precipitação intensa mereçam um nível de atenção ainda maior — pontua.

Segundo Eliana, no momento, a previsão é de persistência do El Niño pelo menos até o fim do verão de 2024, quando é esperado que as águas do Oceano Pacífico Equatorial esfriem. Além do El Niño, acrescenta a meteorologista, a condição de chuva na região estará associada ao aquecimento das águas do Oceano Atlântico subtropical, resultado de uma alteração no padrão do movimento das águas superficiais do oceano: concentração de gelo marinho, salinidade da água e direção das correntes oceânicas estão entre os fatores que explicam a alteração.

— O El Niño modifica o padrão do vento da atmosfera e faz com que as frentes frias se desloquem com velocidade reduzida. Isso faz com que a chuva seja mais duradoura. Esse fenômeno, associado ao aquecimento das águas do Oceano Atlântico subtropical, torna a nossa região suscetível a eventos extremos de precipitação, chuvas intensas, principalmente até o início do verão.

Gaucha/ZH


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