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Presidente da CPMI que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro impõe restrições à imprensa

Por REDAÇÃO em 29/08/2023 às 09:12:32
Arthur Maia (D) impôs um credenciamento específico para jornalistas acompanharem a CPMI Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Arthur Maia (D) impôs um credenciamento específico para jornalistas acompanharem a CPMI Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O presidente da CPMI (comissão parlamentar mista de inquérito) que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), editou um ato que determina uma série de restrições ao trabalho dos profissionais da imprensa.

Maia impôs um credenciamento específico para jornalistas acompanharem a CPMI. O Senado e a Câmara dos Deputados já têm um credenciamento para jornalistas trabalharem nas Casas Legislativas, mas o ato, editado na segunda-feira (28), define um novo credenciamento para os jornalistas e fotógrafos.

Maia proibiu que jornalistas credenciados "interfiram" nos trabalhos da CPMI, que façam a captura de imagens de conteúdo privado de integrantes da comissão sem autorização e que divulguem informações privadas ou confidenciais da CPMI sem autorização.

O deputado ainda determinou que qualquer violação das novas regras sujeita o profissional a sanções, além de responsabilização civil e penal. "Embora o direito à liberdade de expressão e seu corolário – consubstanciado na liberdade de imprensa – consistam em pilares do Estado Democrático de Direito, não há direito absoluto no ordenamento jurídico pátrio, de maneira que tal previsão deve ser sopesada com os direitos próprios da personalidade, como o direito à intimidade e proteção da vida privada", argumentou o parlamentar no ato.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) divulgaram uma nota na qual classificam como censura à imprensa as restrições impostas pelo presidente da CPMI.

"Não cabe a uma autoridade do colegiado definir qual jornalista ou fotógrafo pode ou não cobrir uma sessão de uma comissão do Congresso Nacional, ou o que pode ou não reportar à sociedade, por isso, apelamos para que as decisões sejam revistas. Os profissionais de imprensa não podem ficar à mercê da discricionariedade do presidente da CPMI ou de qualquer outra autoridade de colegiado do Legislativo, sob pena de se fazer avançar o cerceamento ao trabalho dos jornalistas dentro do Congresso Nacional", diz a nota.

Na semana passada, o repórter fotográfico da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) Lula Marques foi impedido de acessar as sessões da CPMI por decisão de Maia, após o profissional divulgar fotos de uma conversa de um senador integrante da comissão em um aplicativo de celular.

O presidente da EBC, Hélio Doyle, afirmou, em nota, que a decisão viola o livre exercício da profissão e a liberdade de imprensa, além de ser autoritária e injustificável. Ele pediu que a medida seja revista. "Essa decisão, que viola o livre exercício da profissão e a liberdade de imprensa, é autoritária e injustificável. Por isso, peço ao presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, que reconsidere o descredenciamento do profissional, para que não haja qualquer restrição ao exercício de sua atividade. Informo que, caso a decisão não seja revista, a empresa não irá designar outro profissional para a cobertura fotográfica da CPMI."

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