Equipe da Emater/RS-Ascar de Lajeado realiza reunião de avaliação do Programa Semeando nas Aldeias

Criado durante a pandemia com o objetivo de ampliar o acesso a alimentos e minimizar os impactos sociais e econômicos da pandemia, o Projeto Semeando nas Aldeias tem possibilitado à centenas de famílias indígenas do RS o acesso a kits com sementes crioulas para o plantio de hortaliças, feijão-preto e amendoim, entre outras variedades. "A intenção é a de diversificar a produção visando à soberania alimentar e nutricional dos integrantes das comunidades", explica a extensionista da Emater/RS-Ascar Elizangela Teixeira.

Em Lajeado, a Aldeia Foxá recebeu em novembro do ano passado 23 kits com sementes de abóbora, couve-manteiga, melancia, melão e moranga que foram implantadas por integrantes da comunidade indígena, com assessoramento das extensionistas da Emater/RS-Ascar Andreza Girelli e Andréia Binz Tonin. "De maneira geral a ideia é a de sensibilizar e orientar os indígenas para o cultivo destas espécies" observa Andreza. Uma reunião realizada nesta sexta-feira (28/04) na Aldeia teve o objetivo de avaliar a política pública, fornecendo elementos para que ela possa ser qualificada no futuro.

A partir de perguntas orientadoras propostas pela equipe, os integrantes da comunidade responderam sobre os benefícios do programa, dificuldades, acesso à água e equipamentos para manejo e outras sementes que podem compor os kits. Em linhas gerais as manifestações versaram sobre as dificuldades decorrentes da severa estiagem desse ano e de como a adoção de um sistema de irrigação aliado a antecipação da entrega dos materiais pode ajudar a sanar os problemas enfrentados. "Acreditamos que essa seja uma boa política que, com alguns ajustes, pode ser mais bem sucedida" observou Dilor Vaz, um dos líderes da Aldeia.

Durante a conversa também chegou-se à conclusão de que talvez o solo da comunidade – mais arenoso, localizado próximo a uma RS – careça de uma análise para recomposição dos nutrientes. "O clima nos prejudicou muito, mas também há questões de manejo que podem mudar o cenário para o ano que vem", pondera Vaz. A possibilidade de acesso a maquinários, como uma tobata, também foram citados como alternativas de melhoria. "O que a gente percebe é que as famílias compreendem e valorizam a iniciativa" analisa Andreza.

Todos os apontamentos feitos pela comunidade comporão um documento que será enviado pela Emater/RS-Ascar para a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Governo do Estado e que nortearão o projeto futuro. "O que se trabalha aqui é a autonomia, é o resgate da diversificação da dieta alimentar e a ampliação do fornecimento de alimentos", frisa Elizangela. "É um projeto quer pode parecer pequeno, mas nos ajuda muito", finaliza Vaz.

Fonte: Emater/RS