Estudo para prevenção de AVC e demência recruta pacientes da atenção primária do SUS

Uma em cada quatro pessoas terá um acidente vascular cerebral, de acordo com dados da Rede Brasil AVC. No mundo, a incidência média é de 13,5 milhões de casos ao ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No mesmo período, a demência atinge 55 milhões de pessoas. Essas duas doenças não acontecem isoladamente — e um levantamento da OMS demonstra que pacientes que tiveram um AVC podem estar mais propensos a desenvolver um quadro de perda de memória.

"A estimativa é de que aproximadamente 90% dos casos de AVC poderiam ser prevenidos a partir da atuação precoce nos fatores de risco", explica a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins.

Para promover estratégias de prevenção ao AVC e à demência, o Hospital Moinhos de Vento está realizando a pesquisa clínica PROMOTE, voltada para pessoas de baixo e médio risco para desenvolver essas doenças. A iniciativa está na fase 1 e a cidade de Porto Alegre é a sede deste estudo, que posteriormente será expandido para todo o Brasil.

A pesquisa

Sabe-se que o risco de AVC e declínio cognitivo aumenta progressivamente com pessoas que têm pressão arterial sistólica acima de 120. O colesterol total maior que 135 também está associado a um aumento do risco. Dessa forma, o objetivo do estudo é avaliar se tratar esses pacientes e modificar o estilo de vida reduz o risco nessa população de baixo e médio risco cardiovascular.

Estão sendo selecionados voluntários com idade entre 50 e 75 anos e pressão arterial sistólica limítrofe de 121 a 139 mmHg — um pouco acima do considerado normal, mas que ainda não é regulada por uso de medicamentos. É necessário ter ao menos um dos fatores de risco para doenças, como sedentarismo, excesso de peso, alimentação inadequada e tabagismo.

Os interessados em participar do estudo serão sorteados para receber uma polipílula, composta de medicamentos para baixar o colesterol e a pressão arterial ou o placebo correspondente, além de intervenções para mudança do estilo de vida, como orientações de prática de atividade física, mudanças na alimentação e perda de peso, fatores importantes na redução do risco cardiovascular.

O objetivo é diminuir o risco de desenvolver as duas doenças entre as pessoas que integrarem o estudo. Comprovada a eficácia das medidas na fase 1, o projeto será expandido no Brasil. A fase 2 deverá abranger as outras regiões do país, com capacidade de atingir 12 mil pessoas.

Mais informações pelo telefone (51) 98041 4454 ou pelo e-mail [email protected].