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Ciclone eleva preocupação com vento e frio intenso

Meteorologia indica risco de danos em residências e rede elétrica. Maior impacto do vendaval é projetado para o Sul e Litoral. No Vale, rajadas podem atingir 60 km/h

Por REDAÇÃO em 17/05/2022 às 11:23:43
Foto divulgação: A. Hora

Foto divulgação: A. Hora

A passagem de um ciclone subtropical próximo da costa gaúcha deixa a região em alerta. A trajetória do fenômeno climático é descrita como incomum e tem por característica, fortes rajadas de vento e frio intenso. A tempestade atrelada a um sistema de baixa pressão deve atingir o estado entre hoje e amanhã.

Mesmo que o Vale do Taquari não esteja na área de perigo indicada pela Defesa Civil, há temor de danos em estruturas, destelhamento, queda de árvores e problemas relacionados à rede elétrica. Para a região, meteorologistas não descartam ventos com rajadas de 60 km/h.

Em condições similares, durante a passagem de ciclone extratropical em abril de 2014, a força dos ventos deixou rastro de destruição em Arroio do Meio, Marques de Souza e Forquetinha. Na época, as medições oficiais indicaram ventos de 80 km/h com características de tornado.

Desta vez o risco é maior no litoral, região Sul e grande Porto Alegre. Nestas áreas a velocidade das rajadas pode superar os 100 km/h. Outros dois sistemas com características similares foram registrados em 2004 e 2010. Trata-se do furacão Catarina e da tempestade tropical Anita, com danos no norte gaúcho e litoral catarinense.

Outro fator que diverge desta tempestade é o potencial de chuva para a região. A meteorologia prevê algumas precipitações de maior intensidade, mas com acumulados que variam de 5 a 10 milímetros. São esperados períodos de tempo nublado e garoa que reforçam a baixa sensação térmica com máxima na faixa de 10°C.

Frio intenso

O vento do quadrante Sul é fator determinante para o frio dos próximos dias. Com este cenário, há uma preocupação em especial para pessoas em situação de vulnerabilidade social. De acordo com o coordenador regional da Defesa Civil, tenente Rivelino Jacques, a busca por doações é sempre maior em relação ao arrecadado.

"Mesmo que a campanha estadual ainda não tenha iniciado, durante todo o ano são diferentes ações para arrecadar cobertores e agasalhos", reforça. Jacques destaca que Lajeado e Estrela são cidades que recolhem mais donativos e com isso conseguem auxiliar outras cidades.

Outra preocupação citada por Jacques é quanto aos efeitos do frio prolongado. "Após a passagem do ciclone, segue previsão de baixas temperaturas até o fim do mês. Isso pode repercutir no sistema de saúde, ao desencadear e agravar doenças respiratórias."

ENTREVISTA | VAGNER ANABOR, METEOROLOGISTA

"Quase todas as regiões serão impactadas, só não sabemos o quanto"

Diferentes institutos indicam cenário de perigo com a aproximação de um ciclone subtropical. Embora o Vale do Taquari esteja fora da área considerada de risco, o meteorologista Vagner Anabor alerta para possíveis estragos na região. Entre as situações previstas, rajadas de vento com potencial de destelhamento e danos em estruturas.

– Quais são os riscos e condições previstas a partir do ciclone subtropical?
Os modelos meteorológicos indicam uma tempestade dentro de outra. Enquanto um ciclone já se afastava da costa, as novas projeções mostram o retorno da formação cônica em direção ao RS. É uma trajetória diferente e motivo de alerta ao estado. Podemos esperar vento forte do Sul que reforça a sensação de frio e deixa as marcas máximas na faixa de 10 graus entre hoje e amanhã. A tempestade também vai causar ondas de até 4 metros na costa gaúcha e águas agitadas em lagoas e rios.

– Para o interior do estado e região do Vale do Taquari quais os impactos?
Podemos esperar vento intenso entre hoje e amanhã, com rajadas de até 60 km/h. O fato dessas rajadas serem contínuas é que pode causar danos em estruturas, diferente de outros fenômenos de menor duração. Outra característica deste ciclone é reforçar a sensação de frio. Teremos até quinta-feira temperatura baixa e o desconforto causado pela alta umidade. Por aqui não há indicativo de neve, mas alguns institutos fazem esta projeção para a serra catarinense.

– O frio antecipado indica mais rigor para o inverno?
Falta pouco mais de um mês para o início oficial da estação mais fria do ano. Este não será o único período extremo, vamos ter outras situações de frio intenso. Ainda para este mês está previsto o ingresso de ar seco e de origem polar com potencial de geada na próxima semana. Em relação ao ciclone é mais difícil de se fazer projeções.

– O que ainda é necessário para qualificar as previsões e gerar uma melhor resposta à comunidade em situações de risco?
Precisamos de um sistema de meteorologia mais preciso. O RS tem duas escolas que formam meteorologistas, mas carecemos de investimentos em um centro especializado de apoio para atividades econômicas. Em SC, as inundações no Vale do Itajaí criaram uma demanda por um serviço meteorológico que projetasse com antecedências as condições e evitasse maiores danos. Precisamos despertar também para isso.

Fonte/Texto: A. HORA- Por Felipe Neitzke

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