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Inca integra projeto para estimular igualdade de gĂȘnero nas ciĂȘncias

O Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, foi selecionado para integrar um grupo internacional cujo objetivo é estimular...

Por REDAÇÃO em 12/01/2022 às 09:28:36
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O Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da SaĂșde, foi selecionado para integrar um grupo internacional cujo objetivo é estimular a igualdade de gĂȘnero nas instituições de ciĂȘncia, tecnologia, ensino superior e pesquisa. Em parceria com as universidades de São Paulo (USP) e de Birmingham, na Inglaterra, o Inca vai desenvolver, ao longo deste ano, polĂ­ticas e prĂĄticas para aumentar a atuação das mulheres nesses espaços.

A iniciativa Mulheres na CiĂȘncia foi fundada pelo British Council, que desenvolveu o projeto Promovendo e Fortalecendo a Igualdade de GĂȘnero no Ensino Superior: uma perspectiva Reino Unido-Brasil. Do total de 15 trabalhos qualificados para o edital do British Council, seis foram escolhidos para receber o financiamento da organização Mulheres na CiĂȘncia: Chamada de Parcerias pela Igualdade de GĂȘnero do Reino Unido-Brasil. Um deles foi o das pesquisadoras do Inca Mariana Boroni, Mariana Emerenciano e Patricia Possik.

Mariana Boroni disse hoje (11) à AgĂȘncia Brasil que hĂĄ cerca de um ano as pesquisadoras começaram a conversar sobre como poderiam mudar a realidade da desigualdade de gĂȘnero e de outras minorias no instituto. "E a gente viu a oportunidade de participar desse processo seletivo onde são escolhidas instituições brasileiras, em parceria com instituições inglesas, financiado pelo British Council, para desenvolver esse programa voltado para a equidade de gĂȘnero, no caso da mulher na ciĂȘncia".

Mapeamento

Mariana Boroni disse que a ideia é, primeiro, detectar quais seriam os principais problemas que elas conseguem enxergar no Inca e na USP. "A ideia é tentar mapear os principais problemas de desigualdade de gĂȘnero nessas instituições, aprender com instituições parceiras, como a Universidade de Birmingham, que jĂĄ tem um programa montado para equidade de gĂȘnero, e ver de que forma a gente pode aplicar essas ações no nosso instituto, para ter um ambiente mais igualitĂĄrio, mais equitativo, onde a participação das mulheres seja maior, mais relevante, mais reconhecida".

Em fevereiro próximo, serĂĄ realizado o primeiro seminĂĄrio, envolvendo as trĂȘs instituições. Depois, haverĂĄ uma visita técnica dos pesquisadores brasileiros à Inglaterra, para receber treinamento, entender as polĂ­ticas e ações que estão sendo feitas naquele paĂ­s para, em um segundo momento, tentar aplicĂĄ-las no Brasil. Uma terceira etapa serĂĄ uma visita técnica dos pesquisadores de Birmingham ao Brasil, para a continuidade do debate sobre o tema. Serão feitas palestras de conscientização, mapeamento dos problemas, visando o estabelecimento de ações que possam mitigar essa situação nas instituições.

Mariana Boroni disse que além de a presença das mulheres nas ciĂȘncias exatas ainda ser reduzida, nas ciĂȘncias biológicas nenhuma mulher ocupa um cargo de decisão, onde são formuladas as polĂ­ticas. "Outro problema é que as mulheres são cobradas com uma carga de produtividade semelhante à dos homens, só que elas tĂȘm atividades domésticas para as quais os homens não contribuem. Existe muita desigualdade para a forma como as mulheres são cobradas nos cargos que elas ocupam. Isso não é percebido pela comunidade cientĂ­fica".

A pesquisadora disse que os salĂĄrios nas ciĂȘncias são semelhantes, embora a mulher não ocupe cargos polĂ­ticos ou de alta hierarquia, que detĂȘm os mais altos salĂĄrios. "Isso influencia bastante".

Os resultados do programa deverão ser apresentados no final de 2022, após reunião de avaliação, prevista para outubro.

Rede

A rede conjunta Mulheres na CiĂȘncia, proposta pelos pesquisadores, profissionais e estudantes envolvidos no trabalho, vai proporcionar encontros para discussão do tema. Serão criados também novos recursos digitais e materiais de treinamento personalizados para ajudar no desenvolvimento profissional contĂ­nuo.

Durante a execução do programa, outro objetivo é compartilhar as descobertas com comunidades cientĂ­ficas e de relações internacionais, por meio de conferĂȘncias, publicações conjuntas e mĂ­dias sociais.

"É muito importante termos o reconhecimento da relevância e qualidade dos nossos projetos e equipes. Esse tipo de apoio é fundamental para implementarmos ações que diminuam a desigualdade de gĂȘnero na ĂĄrea acadĂȘmica e cientĂ­fica em nosso paĂ­s", ressaltou o coordenador de pesquisa do Inca, Luiz Felipe Ribeiro Pinto.

A reitoria de Projetos Estratégicos da Universidade de Birmingham quer disseminar a ação pelo Brasil. O propósito é que o Inca, a USP e a Universidade de Birmingham trabalhem com mais parceiros em todo o Brasil, visando expandir o projeto para pesquisas e colaborações mais amplas sobre os Objetivos de Desenvolvimento SustentĂĄvel da Organização das Nações Unidas (ODS/ONU), em relação à igualdade de gĂȘnero.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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