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Guerra de versões tumultua país e preocupa para mais bloqueios

Apesar de pedido do presidente e força-tarefa do Ministério da Justiça com a PRF, manifestantes são inflados por vídeos e áudios propagados pelo whatsapp de supostos líderes. Expectativa é de encerramento dos bloqueios. Ainda assim, grupos radicais prometem seguir com atos nas estradas

Por REDAÇÃO em 10/09/2021 às 09:09:25
Em Venâncio Aires, manifestantes faziam interrupções por alguns minutos. Caminhoneiros eram convidados a aderir ao movimento (Foto: Rodolfo Becker)

Em Venâncio Aires, manifestantes faziam interrupções por alguns minutos. Caminhoneiros eram convidados a aderir ao movimento (Foto: Rodolfo Becker)

Uma organização sem "dono", nascida da greve de 2018 e realinhada na nova versão com pautas políticas. As cenas vistas desde terça-feira lembram os atos do passado e alertam para crise de abastecimento de combustíveis, nos mercados e nas indústrias.

Na lista de reivindicações, o cerne está na defesa da narrativa do presidente Jair Bolsonaro. De contrariedade ao STF e adoção do voto impresso. Ainda assim, frente aos danos à economia, o próprio líder da República se manifestou. Não pelos canais oficiais do governo, ou mesmo os pessoais, na página do twitter. Mas por um áudio difundido pelo whatsapp.

A veracidade da gravação foi inclusive motivo de desconfiança. Tanto que provocou um efeito adverso. Na manhã de ontem, houve mais bloqueios. Com registros de violência e apedrejamento de quem descumprisse a ordem de parada.

Um dos líderes das manifestações de 2018, conhecido como Zé Trovão, gravou um vídeo e difundiu para os grupos ao meio dia de ontem. Na filmagem, convoca os motoristas a manterem os bloqueios e exigirem a queda do Supremo Tribunal Federal (STF).

Foi preciso começar uma força-tarefa em Brasília. Os ministério da Justiça e da Infraestrutura reuniram o comando da Polícia Rodoviária Federal e ordenaram o desbloqueio. O próprio ministro Tarcísio Gomes de Freitas foi às plataformas digitais para confirmar que o áudio era mesmo do presidente Bolsonaro e pedir a liberação das estradas.

Pelo acompanhamento da PRF, até as 10h de ontem, haviam protestos em 16 estados, mais o Distrito Federal. Após às 13h, havia reduzido para cinco estados. No terceiro dia de atos, mais uma vez não houve registro de bloqueios em trechos das 38 cidades do Vale do Taquari.

Os mais próximos foram em Venâncio Aires, na 453, na entrada de Vila Palanque, e em Santa Cruz do Sul, onde houve bloqueio total das 11h30min ao meio dia.

Conforme a Polícia Rodoviária Estadual de Cruzeiro do Sul, em Venâncio, os manifestantes bloqueavam o trânsito por cinco minutos e depois liberavam por meia hora. Até o fechamento desta edição, a perspectiva era de encerramento ainda a noite.

Abastecimento e preço

Conforme o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Sulpetro), o abastecimento dos postos no RS esta normal e há pouco risco para falta de gasolina, álcool ou diesel.

"Entendemos que está na memória a greve de 2018. Mas é diferente da situação de hoje. É um momento de tranquilidade e operação normal dos postos de combustíveis", afirma o presidente, João Carlos Dal"Aqua.

Ainda assim, na tarde de ontem, houve registro de falta combustíveis em um posto de Santa Cruz do Sul. O temor de impacto dos bloqueios no abastecimento gerou filas. Para Dal"Aqua, se trata de algo pontual, provocado pelo aumento repentino na procura.
Pela análise do presidente, mais do que os bloqueios, o feriado de Sete de Setembro reduziu a oferta nos postos, pois se trata de um dia em que não há entregas.

Motoristas também alertam para aumento repentino no preço do litro da gasolina. Um casal morador de Lajeado afirma que foram em um estabelecimento. A mulher pela manhã pagou cerca de R$ 5,90 pelo litro. À tarde, o homem foi no mesmo local e o preço estava em R$ 6,30.

De acordo com o presidente da Sulpetro, como há livre comércio e concorrência, os preços são definidos pelos postos, sem interferência da entidade ou de alguma regulação.

Dados apresentados ontem pelo IBGE, sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apontam que o óleo diesel, principal insumo para o transporte de cargas, acumula alta de 28% de janeiro a agosto. No mesmo período, a gasolina ficou 31% mais cara, enquanto o etanol bateu 40,7%.

Fonte/Texto: A. HORA/Felipe Faleiro

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