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CRIE Smart Cities inicia programação sobre o futuro das cidades com quase 5 mil inscritos

Abertura teve palestra da jornalista Sônia Bridi; evento segue até sexta-feira, dia 27

Por REDAÇÃO em 24/08/2021 às 12:28:43
Foto divulgação: Nicole Morás

Foto divulgação: Nicole Morás

LAJEADO - O conceito de cidades inteligentes é o tema central do CRIE Smart Cities, evento realizado pela Universidade do Vale do Taquari - Univates, que teve início nesta segunda-feira, 23, em formato híbrido, com algumas atividades presenciais no Teatro Univates e atividades virtualizadas por meio da plataforma univates.br/aovivo. As mais de 40 atividades que foram realizadas até a sexta-feira, dia 27, foram divididas em seis eixos temáticos: qualidade de vida, mobilidade urbana, sustentabilidade, educação, governança e transformações tecnológicas.


Na abertura, a reitora da Univates, professora Evania Schneider agradeceu a todos que tornaram possível a realização do evento e falou sobre a importância dos temas discutidos para a construção das cidades do futuro.


O presidente da Fundação Univates, Ney José Lazzari, lembrou das ações do Pro_Move Lajeado, o projeto de inovação do município onde fica o campus da Univates. "O CRIE Smart Cities está diretamente ligado ao Pro_Move e traz a discussão sobre inovação e cidades inteligentes para dentro da Universidade ao mesmo tempo em que leva a discussão de questões importantes para a comunidade", disse ele.


O prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, lembrou o primeiro CRIE Experience, realizado em 2015 na Univates. "Desde aquele primeiro evento passamos por muitos eventos, por uma pandemia e tivemos novas parcerias entre a Univates e a Prefeitura. Nesses cinco anos, muitas coisas avançaram e podemos pensar no futuro de Lajeado esperando poder apresentar nosso exemplo para demais cidades do país", disse ele.


Após as falas oficiais, a palestra de abertura "Sustentabilidade, o futuro das cidades inteligentes" foi realizada pela jornalista Sônia Bridi, que falou sobre o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e apresentou evidências das alterações climáticas vivenciadas por lugares onde ele já esteve como o Monte Kilimanjaro, a Itália e Antártica. Segundo ela, as mudanças climáticas aumentam as diferenças entre ricos e pobres. "As cidades estão sofrendo com as mudanças climáticas, mas também contribuem para isso. Alguns modelos são mais eficientes do que outros. Em Nova Iorque, por exemplo, os efeitos são muito menores por causa da concentração da população. Lá não precisa se viajar longe e se faz tudo de metrô, um transporte mais eficiente em termos de gasto de energia. Cidades como Nova Iorque são mais densamente povoadas, e acabam liberando mais espaço para outros fins, como a criação de parques. Los Angeles, por outro lado, é extremamente espalhada e convive com muitos engarrafamentos e com uma maior emissão de CO2", exemplificou ela.


Sônia Bridi citou o design passivo como uma forma de contribuir para se fazerem cidades melhores. "Precisamos fazer as cidades com menos selva de pedra e mais áreas verdes. A administração de nenhuma cidade pode se dar ao luxo de não levar as mudanças climáticas em conta na hora de pensar suas ações, como a construção de uma escola, o local onde ela estará localizada, os materiais que serão utilizados", argumentou ela.


A palestra foi mediada pelo professor Leonel de Oliveira, coordenadora geral do evento, e teve a participação do doutor e pesquisador da Univates André Jasper, que investiga sobre a Paleobotânica e a Paleoecologia, abordando temáticas como o impacto dos paleoincêndios vegetacionais nos paleoambientes regionais e globais, a gênese e evolução de biomas. "Parece que há 2 semanas, com o lançamento do relatório do IPCC o mundo se deu conta que o clima não é estável, que nós somos responsáveis por isso e somos bastante frágeis como espécie. Uma coisa que pode justificar o fato de a gente não conseguir aceitar a mudança é que às vezes é algo muito útil, como uma frente fria mais intensa aqui na região sul, ou um tornado atravessando o Paraná. São situações sutis que vivenciamos e não nos chocam o suficiente para pensarmos nisso. Só quando nos dermos conta que não somos o centro, mas somos parte do mundo, é que vamos ter condições de agir pela mudança", analisou ele.


Após a palestra de abertura foram realizados seis painéis simultâneos: Otimização da mobilidade urbana por meio de aplicativos; Vivências em Hortas Urbanas; Agenda Urbana Global; Estilo de vida na cidade; Cenário educacional pós pandemia: o que muda e o que permanece; A governança e inovação nas organizações públicas e privadas.


A programação do CRIE Smart Cities segue até a sexta-feira, dia 27. As inscrições para participar ainda podem ser feitas em https://www.univates.br/criesmartcities.


Desafio+

Durante a abertura do CRIE Smart Cities também foi assinado um convênio entre a Univates e o Hospital Bruno Born para a realização do programa Lab Aula+. O objetivo é desenvolver uma proposta norteadora para um centro inovador de cuidados com idosos, levando em conta as necessidades particulares dos idosos conforme descrito no edital que orienta o programa. Podem participar estudantes de graduação presencial e de Educação a Distância – EAD, de cursos de tecnologia presenciais e EAD e dos cursos técnicos da Univates, de qualquer área e de qualquer semestre. As propostas participantes serão cedidas aos responsáveis do Hospital Bruno Born, com a finalidade de servir como base para um futuro projeto do novo Centro. Haverá premiação de R$10.000 para os projetos selecionados. O edital e mais informações podem ser obtidas em univates.br/desafio+.


Confira mais sobre a palestra da jornalista Sônia Bridi

Ao falar sobre design passivo, a jornalista Sônia Bridi lembrou da sua experiência em Masdar, nos Emirados Ãrabes, onde os painéis de energia solar são amplamente utilizados para a produção de energia e onde busca-se gerar zero emissões de carbono. "O design das varandas ajuda a manter o calor do lado de fora das construções e a deixar o ambiente interno mais fresco", citou ela como exemplo. Em outro momento, como contraponto, Sônia comentou que, no Brasil, "gastamos o equivalente a uma usina de Itaipu para ligar chuveiro elétrico. Deveríamos ter um sistema de reservatórios aquecidos por placas solares", disse.


Sobre as mudanças climáticas, a jornalista afirmou que a questão foi muito politizada. "Precisamos limpar a cabeça, pois as mudanças não vão escolher quem votou em um ou outro", pontuou ela, acrescentando que a ciência é incompreendida porque as pessoas não entendem o processo científico. "As escolas e universidades precisam deixar isso mais claro para que as pessoas entendam e a ciência deixe de ser desacreditada. A gente precisa ver como a ciência funciona e trabalhar pelo nosso interesse e não com o interesse de quem está lucrando com isso. Precisamos melhorar a nossa comunicação e tem que ser rápido", acrescentou.


Sônia Bridi também pontuou que acredita que cidades inteligentes são aquelas que encontram soluções para manter qualidade de vida das pessoas. "A saúde física e mental das pessoas é melhor onde há mais espaços verdes, além dos efeitos ambientais como a captura de CO2", disse ela, afirmando ainda que a máquina mais eficiente para se captar carbono são as árvores. "A gente precisa entender que ainda somos parte da natureza, por mais que a gente crie coisas que não são da natureza", afirmou.


A palestrante ainda falou sobre a relação entre a pandemia de coronavírus e a relação das pessoas com os espaços. "Na pandemia, as pessoas buscaram três vezes mais parques nacionais. Neste momento, morar em uma casa me salvou, pois eu olhava pela janela e via a vida. Eu pude continuar cultivando a minha horta e ampliei meu conhecimento sobre jardinagem. No condomínio onde eu vivo, saí para caminhar, de máscara, colhi semestes e fiz mais de 200 mudas para distribuir entre os vizinhos", disse ela.


Sônia Bridi comentou ainda sobre iniciativas que realiza em casa e que contribuem para o meio ambiente. "Ãgua é rara e cara. Por isso, temos um sistema duplo de água que pode ser feito em qualquer casa. Temos um encanamento de água nobre para torneiras. Utilizamos a água da chuva para descargas, jardim e outras atividades. De alguma forma isso contribui para armazenar água de tempestades que temos no Rio de Janeiro e liberar essa água de volta na natureza aos poucos, além de evitar um consumo desnecessário. Outras regiões, como a periferia, não têm acesso a isso e podem precisar desta água que eu economizo. Precisamos de políticas públicas que sejam solidárias. Todo mundo ganha com o que é mais sustentável", finalizou ela.


Confira as atividades da terça-feira, dia 24

14h - Oficina - Como colocar seu negócio no mapa?

14h - Palestra - Knowledge Cities on Smart Cities: The Case of 22@Barcelona

16h - Painel - Carta Brasileira para cidades inteligentes: diretrizes para municípios

17h30min - Painel - Smart Cities: oportunidades na área da alimentação

19h - Painel - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais: Importância para a Inovação

19h - Palestra - A cidade como espaço da educação

19h - Painel - Cidades Saudáveis: a experiência de Curitiba

19h - Oficina - Renderização com Lumion

20h30min - Painel - Sebrae e o programa Startup RS

20h30min - Painel - Sustentabilidade na Agenda Organizacional: o case da Danone

21h - Mostra - Aula+ Estúdio de Criação

Texto: Nicole Morás

Fonte: Assessoria de Imprensa

Setor de Marketing e Comunicação - Univates
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