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Nova massa de ar polar deve ingressar no Brasil nesta semana. Temperaturas mínimas devem ficar negativas ou próximas de zero na maior parte das cidades da Região Sul.

Por REDAÇÃO em 25/07/2021 às 07:52:38
Foto divulgação: Jorge Ramos(Uso da imagem autorizada, desde que divulgue a fonte)

Foto divulgação: Jorge Ramos(Uso da imagem autorizada, desde que divulgue a fonte)

Uma massa de ar frio de origem polar de grande intensidade vai invadir o Brasil nesta semana. A mudança de temperaturas tem potencial para ser uma das mais intensas deste século a alcançar o território nacional sob um cenário de clima propício a eventos de frio extremo.

Segundo a MetSul Meteorologia, a região Sul pode ter uma erupção de ar gelado muito intensa, mais forte que a de junho e a da última semana, e em alguns momentos chegam a sinalizar uma onda polar de excepcional força com magnitude raramente vista na história recente.

Faltando ainda quatro dias para a chegada do evento extremo, existem pontos em aberto, como sua intensidade definitiva, o alcance do ar gelado no território brasileiro, e a possibilidade de neve, sua extensão e eventual acumulação e quantidade. Estes cenários devem ficar mais claros na segunda-feira (26) com a maior proximidade do evento.

O ar polar deve ingressar no Brasil entre a terça-feira (27) e a quarta-feira (28), trazendo queda enorme da temperatura que será extremamente baixa na segunda metade da semana. Modelos têm indicado que a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1.500 metros de altitude, que é parâmetro usado em Meteorologia para identificar o quão quente ou fria é uma massa de ar, ficaria entre -5ºC e -6ºC no Sul do Brasil.

Para se ter ideia do que isso representa, somente ondas de muito frio intensas atingem valores tão baixos e que raramente são observados. As ondas de frio intensas de julho de 2000 e de julho de 2007, por exemplo, tiveram valores nestes patamares.

Grande extensão em período e área

Chama atenção que os modelos têm indicado valores muito baixos no nível de 850 hPa não apenas no momento inicial do ar frio, por um ou dois dias como via de regra ocorre, mas para o período da quarta-feira (28) até sábado, ou seja, por vários dias seguidos.

Isso representaria um período extremamente frio com mínimas e máximas muito baixas mais prolongado que o habitual. Há dados, inclusive, sinalizando que o ar polar se reforçaria na sexta-feira (30).

Não bastasse, no que também é pouco incomum, a linha de 0ºC no nível de 850 hPa alcança São Paulo e o Sul do Mato Grosso do Sul, ou seja, o ar polar poderia alcançar latitudes do Centro do Brasil com intensidade rara.

A presença de nuvens em alguns dias pode fazer com que algumas cidades de maior altitude tenham temperatura abaixo de zero o dia todo com máximas em terreno negativo. As mínimas podem ser atipicamente baixas com registros incomuns de até 10ºC negativos ou até mais frio em áreas de maior altitude do Sul do Brasil.

O modelo canadense indica mínima de -10ºC a -12ºC para o final da semana nos pontos mais altos do Sul do Brasil. Os valores de -3ºC ou -4ºC que mostra para áreas de menor altitude, como próximos a Porto Alegre, são improváveis, segundo a MetSul.

Sensação térmica

Dias com temperatura em 850 hPa de -5ºC a -6ºC costumam ter um vento moderado e com rajadas em alguns momentos. Assim, a sensação térmica neste evento de frio será relevante. Com o vento e a temperatura excepcionalmente baixa como se prevê, um grande número de cidades do Centro-Sul do Brasil pode experimentar marcas baixíssimas de sensação térmica.

Nas áreas de maior altitude do Rio Grande do Sul e do Sul do Brasil valores de sensação térmica (utilizando-se a fórmula mais moderna do National Weather Service, dos Estados Unidos) podem atingir marcas neste evento polar tão baixas quanto -10ºC a -20ºC. No alto do Morro da Igreja, em Santa Catarina, a 1.800 metros de altitude, a sensação térmica pode ficar entre -20ºC e -25ºC. São valores perigosos que podem causar até congelamento da pele e do tecido inferior de partes mais expostas do corpo, como os dedos das mãos.

Neve

Hoje, o cenário que se apresenta, a partir da modelagem numérica e análise de eventos passados com características semelhantes, sinaliza a chance alta de precipitação em forma de flocos ou gelo nos pontos mais elevados do Sul do Brasil (altitude acima de 800 metros), chance média a alta em locais de média altitude (400 metros a 700 metros) e pequena a média em pontos de menor altitude (nível do mar a 400 metros) de diversas regiões gaúchas e do Sul do Brasil.

O que chama atenção é a possibilidade de vir a ocorrer neve por três ou quatro dias seguidos no Sul do Brasil. Seria mais um acontecimento raro porque recentemente na onda de frio de junho tivemos o primeiro evento de neve por três dias seguidos no Sul do País desde a grande onda de frio de julho de 2000. Um novo episódio de três seguidos, um mês após o último que foi o primeiro em duas décadas, seria um fato excepcional do ponto de vista climatológico.

Fonte: O SUL

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