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Produção orgânica diversificada é filosofia de vida para agricultora de Bom Princípio

Por REDAÇÃO em 26/06/2021 às 10:41:15
 Agricultora Adriane Hanauer, de Bom Princípio - Produção diversificada-Foto divulgação EMATER/RS

Agricultora Adriane Hanauer, de Bom Princípio - Produção diversificada-Foto divulgação EMATER/RS

Uma caminhada pela propriedade da agricultora Adriane Hanauer, de Bom Princípio, permite entender os motivos de sua risada generosa, que vem acompanhada de uma conversa de tons expansivos. "Experimenta isso aqui", aponta ela para uma frutinha de tons amarelos que, nas aparências, faz lembrar um butiá de formato meio alongado. "É uma espécie de maracujá silvestre, de polpa vermelha", explica ela, enquanto comenta sobre as possibilidades de se saborear a variedade inteira, com casca e tudo.

Nos pouco mais de cinco hectares plantados na propriedade localizada no Morro Luft, Adriane e o marido Adelar Barth cultivam mais de 100 variedades vegetais. De produtos tradicionais em qualquer horta do campo – como aipim e batata, além de verduras e frutas – até as Plantas Alimentícias Não-Convencionais (Pancs) e as medicinais, toda a sua produção é cultivada de forma orgânica, sem nenhum agrotóxicos. "Para nós, o consumo saudável é uma filosofia de vida", orgulha-se, enquanto aponta para uma mesa localizada na varanda da casa, em que estão dispostas dezenas de garrafas com sementes crioulas, raízes e outras espécies.

Nesse sentido, a primeira Feira para Troca, Venda e Doação de Sementes e Mudas, realizada em Bom Princípio em março do ano passado – uma semana antes de a pandemia de covid-19 começar a avançar pelo País -, foi um divisor de águas para Adriane. "Eu lembro que vi a propaganda e fiquei com muita vontade de participar", recorda. A motivação a levou até o escritório da Emater/RS-Ascar – que promovia o encontro -, para uma aproximação. "Na verdade eu acho que, ali, "bateu o santo"", comenta, enquanto sorri de forma cúmplice para as extensionistas Elisete Girotto e Anna Xavier.

Para Elisete, Adriane foi um dos "destaques" da feira. "Ela tinha muitas variedades de sementes, de mudas, conseguiu fazer uma banca vistosa", avalia a extensionista. E ambas gargalham quanto lembram que a "relação" iniciou meio turbulenta, em meio à preparação para o evento. "Eu estava meio tímida, não tão acostumada com esse tipo de visibilidade", explica a agricultora que saiu bem jovem de casa, aos 11 anos, para trabalhar como empregada doméstica. Atividade que, por sinal, ela só viria a abandonar, oficialmente, em meados do ano passado.

"Foi um trabalho que começou aos poucos com ela", afirma Anna. "Havia alguns gargalos, como a falta de uma energia elétrica de mais qualidade em sua propriedade, o que lhe impedia de ter um sistema de irrigação que desse conta de sua produção", exemplifica Elisete. A questão foi sanada com uma conversa franca com o prefeito Fábio Persch. "No fim das contas, muitas famílias da região foram beneficiadas com a implantação do fornecimento de luz trifásica, que ampliou a potência da rede elétrica do Morro Luft", observa Elisete.

Esse contexto motivou a produtora que, desde 2013, tinha a agricultura como um complemento de renda, sendo muito mais voltada para o consumo da família. Hoje, Adriane faz parte do grupo de feirantes locais e estuda até mesmo o fornecimento via mercados institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Adepta das redes sociais, utiliza o Whatsapp e o Facebook para ampliar a sua rede de contatos e alcançar mais consumidores. "Comecei a entrar em alguns fóruns de trocas de sementes e também de orquidófilos, uma paixão que tenho, e hoje não poderia estar mais feliz", garante.

Sobre a experiência com a agricultura, Adriane é honesta em afirmar que houve dificuldades iniciais, mas que não abre mão de participar de cursos, oficinas e outras ações – muitas delas promovidas pela Emater/RS-Ascar, que atua em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado. O próximo passo? "Acho que essa propriedade tem potencial para o turismo rural", antecipa-se Elisete, enquanto aponta para o horizonte, no limite de uma ribanceira que permite ver a RS 122 ao longe, enquanto as vacas pastejam ao fundo.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado -Jornalista Tiago Bald

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