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Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento deve validar aplicativo para detectar COVID-19 pelo som da tosse

Estudo em parceria com a Universidade de Montreal deverá reunir cerca de 500 participantes na primeira fase e tem como objetivo disponibilizar ferramenta para diagnóstico por app de voz

Por REDAÇÃO em 06/04/2021 às 09:19:04
Foto: Leonardo Lenskij/ Divulgação

Foto: Leonardo Lenskij/ Divulgação

A tosse é um sintoma presente em 75% das ocorrências de COVID-19, além de ser característica na gripe, na pneumonia bacteriana ou na ocorrência da tuberculose. No caso de portadores do coronavírus, ela costuma ser seca e persistente, acompanhada de uma leve dor na garganta, similar a um resfriado. Estudos indicam ainda que, nessas doenças respiratórias, a tosse está associada ao aumento da transmissão de pessoa para pessoa.

Uma pesquisa liderada pelo Hospital Moinhos de Vento, em parceria com a Universidade de Montreal, no Canadá, vai testar o uso de um aplicativo para identificar a COVID-19 pelo som da tosse. Nesta etapa, estão sendo recrutados colaboradores do Hospital com alto risco de contrair a doença, além de pacientes maiores de 18 anos com sintomas respiratórios e que foram internados após terem o diagnóstico confirmado. Com isso, será possível acessar o prontuário e fazer um cruzamento de informações, formando um banco de dados da tosse. Em um primeiro momento, a meta é abranger cerca de 500 pessoas e atingir aproximadamente 15.500 registros acústicos de tosse.


O registro da tosse e a formação de um banco de dados será feito a partir de gravações feitas pelos pacientes, por meio de um aplicativo que será instalado no smartphone. Para isso, o participante do estudo deve acessar a ferramenta e deixá-la ligada para a gravação. Depois, essas informações serão enviadas para servidores localizados nos Estados Unidos e no Canadá, onde ocorre o processamento dos dados. A expectativa é que a pesquisa ajude no desenvolvimento de modelos de software para a triagem, diagnóstico e prognóstico da COVID-19. O estudo segue as normas nacionais e internacionais de proteção de dados.


De acordo com a coordenadora do estudo, a epidemiologista Eliana Wendland, o monitoramento digital da tosse é um campo emergente de pesquisa que foi acelerado pela pandemia. Com o aumento exponencial dos casos de COVID-19, novos métodos de diagnóstico rápidos e precisos são necessários para identificar, isolar e tratar os pacientes, ajudando a reduzir as taxas de mortalidade e o risco de transmissão. Neste contexto, a inteligência artificial poderá ser uma aliada na luta contra o coronavírus. "A tosse da COVID-19 é diferente das outras, já temos estudos comprovando isso. O objetivo agora é montar um banco de dados de tosses", explica. Mais tarde, observa Eliana, o trabalho poderá ser replicado em outras áreas como a Pediatria.


Outras iniciativas pelo mundo



Experiências para o monitoramento digital da tosse já foram desenvolvidas em outros países. Em Madagascar, pesquisadores fizeram um estudo para a detecção remota da tosse usando smartphones. Um total de 31.704 arquivos de som de tosse putativa foram gravados, ouvidos de forma individual e manualmente classificados como "tosse" (23%), "não tosse" (75%) ou "indeterminado" (2%). Os dados preliminares mostram diferenças nos padrões de tosse entre doenças pulmonares distintas, como tuberculose ou exposição crônica à poluição do ar em ambientes fechados. Apontam ainda que áreas com maior risco de transmissão de doenças respiratórias podem ser mapeadas com base na quantidade absoluta de tosse/tempo.


No Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, pesquisadores trabalham no desenvolvimento de um aplicativo capaz de diagnosticar uma infecção assintomática por coronavírus através dos sons produzidos por meio da tosse ou da fala.









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