https://jornalinformativotabaiense.com

Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violĂȘncia sexual

A cada ano, 11.

Por REDAÇÃO em 04/12/2024 às 09:52:49

A cada ano, 11.607 partos são consequĂȘncia de violĂȘncia sexual praticada contra meninas menores de 14 anos de idade. A Lei nÂș 12.015/2009 determina que esse tipo de violação configura estupro de vulnerĂĄvel e prevĂȘ pena de reclusão de dois a cinco anos.

Elaborada pelo Centro Internacional de Equidade em SaĂșde, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com apoio da organização Umane, uma pesquisa verificou mais de 1 milhão de partos do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) de 2020 a 2022 e constatou que 40% das meninas dessa faixa etĂĄria começaram a fazer o pré-natal depois dos primeiros trĂȘs meses de gestação. A situação não é a adequada.

O pré-natal é um conjunto de medidas capazes de reduzir os riscos de saĂșde para a mãe e o bebĂȘ. Esse acompanhamento inclui colocar as vacinas da gestante em dia, fazer exames laboratoriais, como os de sangue, fezes e urina, e de imagem, como o ultrassom.

Com o objetivo de comparar as proporções e evidenciar que, quanto mais novas as mães, menor é o acesso a esse serviço de saĂșde, o estudo destaca que a porcentagem de adolescentes de até 19 anos que fizeram pré-natal no primeiro trimestre é 30%.

iniciaram o pré-natal após o primeiro trimestre de gestação. A pesquisa é a primeira a cruzar a faixa etĂĄria com dados sobre o inĂ­cio do acompanhamento da gravidez em adolescentes.

Disparidades entre regiões

Os autores que conduziram as anĂĄlises sublinham as disparidades entre regiões do paĂ­s. No Norte, quase metade das meninas com menos de 14 anos de idade tiveram a possibilidade de fazer o pré-natal depois de trĂȘs meses grĂĄvidas. No Sudeste, a porcentagem cai para 33%.

As meninas indĂ­genas, especialmente as do Norte e Centro-Oeste, formam o grupo com mais casos de atrasos de pré-natal. Ao todo, 49% delas vivenciaram essa experiĂȘncia, contra 34% das meninas brancas.

Em relação à escolaridade, o que se identifica é que, quanto menor o tempo de educação formal, maior a chance de o pré-natal ser adiado. Quando as meninas frequentam a escola por menos tempo do que quatro anos, tendem a ter menos acompanhamento (49%).

Outro aspecto especialmente relevante na atual conjuntura do paĂ­s, como assinalam os autores do estudo, é o fato de que uma em cada sete adolescentes (14%) iniciaram o acompanhamento após 22 semanas de gestação. Quanto a este dado, dizem que serve de argumento para se debater o recente projeto de lei que visa limitar o aborto legal para vĂ­timas de estupro até 22 de semanas de idade gestacional.

Fórum Brasileiro de Segurança PĂșblica

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança PĂșblica (FBSP), que compila dados sobre violĂȘncia contra mulher, em 2019 e 2020, foram registrados 42.252 e 35.644 estupros de vulnerĂĄvel. Em 2021 e 2022, foram notificados 44.433 e 48.921. Vale lembrar que o estupro de vulnerĂĄvel também se caracteriza quando a vĂ­tima é maior de 18 anos, mas não pôde, no momento da agressão sexual, oferecer resistĂȘncia e se defender. Por isso, são considerados, por exemplo, estupros de mulheres embriagadas, sob efeito de entorpecentes ou com uma deficiĂȘncia que a impeça de se proteger do agressor.

Conforme aponta a principal autora do artigo que divulga os resultados da pesquisa, a acadĂȘmica Luiza Eunice SĂĄ da Silva, do Centro Internacional de Equidade em SaĂșde da UFPel, mais do que emitir um sinal sobre a suscetibilidade dos bebĂȘs, o quadro que se revela tem relação com as opções de saĂșde reprodutiva das meninas.

Especialistas jĂĄ demonstraram que meninas de 10 a 14 anos foram as principais vĂ­timas de estupro, pelo menos no perĂ­odo de 2015 a 2019..

Fonte: AgĂȘncia Brasil

Comunicar erro
TABAIENSE

ComentĂĄrios

TABAIENSE