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Uma agente penal de 29 anos foi alvo de operação do Ministério Público (MP), por suspeita de facilitar a entrada de drogas, celulares e outros itens na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba (Região Metropolitana de Porto Alegre). Houve cumprimento de mandados de busca e apreensão na instituição penal, na casa da investigada em Canoas e em Frederico Westphalen, além de uma escola de idiomas da qual ela é sócia em Palmitos (SC).
A ofensiva contou com o apoio da Brigada Militar (BM) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que instaurou processo administrativo interno. Promotora de Justiça, Maristela Schneider fornece alguns detalhes obtidos pelo MP:
"Ela negociava com detentas por meio de mensagens de whatsapp, bilhetes e até mesmo sinais corporais. Em troca, recebia pagamentos feitos por outras pessoas e sempre em contas bancárias de terceiros". Em apenas uma das facilitações, a policial penal recebeu R$ 10 mil. Foram identificados, ainda, quitações de boletos de uma franquia da empresa catarinense da qual a servidora é coproprietária.
Durante revista geral realizada em agosto pela Susepe na penitenciária onde eram cometidas as irregularidades, foram recolhidos entorpecentes, celulares, carregadores, chips e relógios inteligentes. Tudo estava na galeria onde fica a cela de uma das presidiárias que negociavam com a agente penal – nesse dia, a servidora se ausentou do trabalho sem apresentar atestado ou justificativa.
Ficha-suja
O Ministério Público apurou, ainda, que a investigada já foi alvo de condenação, em primeira instância, a cinco anos de prisão por tráfico de drogas. Também esteve associada a uma facção criminosa que atua no Estado e da qual faz parte a detenta beneficiada pelo ingresso de materiais ilícitos na cadeia de Guaíba.
Esse antecedente é anterior à efetivação da servidora na Susepe – falta saber como a mulher obteve aprovação para o cargo mesmo com tal histórico desabonador.
Outro fato que chamou a atenção dos promotores ocorreu do lado de fora das grades. Recentemente, uma pistola de uso restrito e que pertence à mesma policial penal foi encontrada com um membro de facção catarinense que morreu após ser baleado durante confronto em Chapecó (SC). "A arma não tinha registro de perda, furto ou roubo", informou o MP.
A agente deve ser afastada do cargo nos próximos dias. Na esfera criminal, ela está sujeita a processo por tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, prevaricação e favorecimento ilegal.
(Marcello Campos)-O SUL