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Vacina brasileira contra a mpox estĂĄ próxima dos testes em humanos

O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou estar próximo de iniciar a última etapa no desenvolvimento de uma vacina nacional contra a mpox, os testes em humanos.

Por REDAÇÃO em 22/08/2024 às 15:02:17

O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou estar próximo de iniciar a Ășltima etapa no desenvolvimento de uma vacina nacional contra a mpox, os testes em humanos. "A equipe estĂĄ produzindo o chamado DossiĂȘ de Desenvolvimento ClĂ­nico de Medicamento (DDCM) para enviar à AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) e, assim, receber o sinal verde para começar os testes em humanos", informou.

O imunizante brasileiro ganhou maior projeção depois que a mpox foi declarada pela Organização Mundial da SaĂșde (OMS) emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica de importância internacional, em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. A vacina nacional, entretanto, jĂĄ vinha sendo desenvolvida hĂĄ 2 anos, desde a primeira emergĂȘncia global provocada pela doença.

De acordo com a UFMG, a dose brasileira utiliza um vĂ­rus atenuado e não replicativo, o que torna o imunizante "extremamente seguro", inclusive para uso entre imunossuprimidos e gestantes. Os testes iniciais da vacina, segundo a universidade, apresentaram bons resultados, demonstrando "indução de neutralizantes, resposta celular e resposta robusta contra a doença".

Nas redes sociais do CTVacinas, a lĂ­der da Plataforma de Vetores Virais e Expressão de Célula Eucariota, Karine Lourenço, explicou que, durante a fase de pesquisa, a vacina demonstrou ser "protetora e esterilizante".

Segundo ela, o paĂ­s jĂĄ é capaz de produzir em larga escala a cepa atenuada do vĂ­rus vaccinia, gĂȘnero causador da doença. "Estamos prontos, em pouquĂ­ssimo tempo, para poder submeter essa vacina à Anvisa. E, quem sabe aĂ­, o ensaio clĂ­nico".

Prioridade

Esta semana, o Ministério da CiĂȘncia, Tecnologia e Inovação (MCTI) informou que o imunizante nacional contra a mpox figura como uma das prioridades da Rede VĂ­rus, comitĂȘ de especialistas em virologia criado para o desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos, vacinas e produção de conteĂșdo sobre vĂ­rus emergentes no Brasil.

Em nota, a pasta destacou que, em 2022, o Instituto Nacional de SaĂșde dos Estados Unidos doou para a UFMG material conhecido como semente do vĂ­rus da mpox, uma espécie de ponto de partida para o desenvolvimento do insumo farmacĂȘutico ativo (IFA), matéria-prima utilizada na produção do imunizante.

"No momento, a pesquisa estĂĄ na fase de estudo para o aumento da produção, verificando a obtenção de matéria-prima para atender a demanda em grande escala", informou o ministério.

A dose, segundo a pasta, é composta por um vĂ­rus semelhante ao da mpox, atenuado através de passagens em um hospedeiro diferente, até que perdesse completamente a capacidade de se multiplicar em hospedeiros mamĂ­feros, como o ser humano.

Outras vacinas

De acordo com a OMS, existem, atualmente, duas vacinas disponĂ­veis contra a mpox. Uma delas, a Jynneos, produzida pela farmacĂȘutica dinarmaquesa Bavarian Nordic, também é composta pelo vĂ­rus atenuado e é recomendada para adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV.

O segundo imunizante é o ACAM 2000, fabricado pela farmacĂȘutica norte-americana Emergent BioSolutions, mas com diversas contra indicações, além de mais efeitos colaterais, jĂĄ que é composta pelo vĂ­rus ativo, "se tornando assim, menos segura", conforme avaliação do próprio MCTI.

Com a declaração de emergĂȘncia global, o Ministério da SaĂșde anunciou que negocia a compra de 25 mil doses da Jynneos junto à Organização Pan-Americana da SaĂșde (Opas). Desde 2023, quando a Anvisa aprovou o uso provisório do imunizante, o Brasil jĂĄ recebeu cerca de 47 mil doses do imunizante e aplicou 29 mil.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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