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Desmatamento impede Brasil de ganhar R$ 10 bilhões por ano

Por REDAÇÃO em 05/12/2023 às 08:05:11
O estudo indica quanto cada unidade da Federação poderia obter em créditos caso mantenham suas áreas de floresta intocadas. Foto: Agência Brasil

O estudo indica quanto cada unidade da Federação poderia obter em créditos caso mantenham suas áreas de floresta intocadas. Foto: Agência Brasil

O Brasil deixa de receber aproximadamente R$ 10 bilhões por ano em créditos de carbono. E isto se deve ao desmatamento no país. Cerca de metade desse valor caberia à região Norte. Os números decorrem do potencial de geração de créditos se o mercado fosse regulamentado e se não houvesse perda de área de floresta, de acordo com levantamento da empresa de consultoria em inteligência artificial Kognita Lab e da Fundação Dom Cabral.

O estudo indica quanto cada unidade da Federação poderia obter em créditos. A única sem nenhum ganho é o Distrito Federal. Os demais ganhariam pelo menos US$ 3 milhão por ano, como é o caso do Piauí. O Pará, maior beneficiado segundo os dados, obteria US$ 515 milhões por ano. O relatório também aponta o ranking dos dez municípios com maior potencial de receita caso mantenham suas áreas de floresta intocadas. Nove estão na região Norte e um no Centro-Oeste.

Para realizar o levantamento, foram utilizados dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), criado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os autores estimaram a receita potencial a partir das informações do Prodes, a partir do uso de algoritmos estatísticos. As estimativas de receita com a venda de créditos de carbono foram calculadas levando em consideração o volume total de dióxido de carbono que é jogado na atmosfera, em função do desmatamento médio.

Com a biomassa de cada hectare, medida em toneladas de CO2 equivalente, foi possível estimar o total de toneladas de CO2 equivalente jogados, em média, na atmosfera todo ano. Cada crédito de carbono corresponde a uma tonelada de CO2 equivalente. O valor de cada crédito utilizado no estudo ficou em US$ 4,30. Esse valor foi estimado, de forma conservadora, segundo os autores do levantamento, a partir do preço do carbono negociado em mercados voluntários.

Os responsáveis pelos dados informam que o faturamento calculado não leva em conta os custos da operação de venda de créditos de carbono. O ganho efetivo, portanto, seria menor que o estimado a partir da dedução dos custos.

O estudo foi conduzido pelo economista Guilherme Stein e pelo diretor de Tecnologia Leandro Silva, por parte da Kognita Lab, e pela diretora de Gestão Pública, Patrícia Becker, e o diretor de Programas de Gestão Pública da Fundação Dom Cabral, Paulo Guerra.

Conforme os dados mais recentes do Ministério do Meio Ambiente, na região da floresta amazônica, o desmatamento caiu 22,3% em um ano. O balanço compreende o período entre agosto de 2022 e julho deste ano, parte no governo Jair Bolsonaro e parte na gestão Luiz Inácio Lula da Silva.

De janeiro a agosto, a redução da área sob alertas de desmatamento na Amazônia caiu 48% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados pelo governo.

Enquanto o índice de desmatamento na Mata Atlântica apresentou uma queda de 59% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme revelado pelo mais recente boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento, resultado da parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas.

Os dados consolidados na plataforma MapBiomas Alerta indicam que a área desmatada entre janeiro e agosto totalizou 9.216 hectares, em contraste com os 22.240 hectares registrados no mesmo intervalo de 2022.

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